terça-feira, 25 de março de 2008

Castelos do Vale do Loire

Chenonceau

Chambord


Sabendo que sou alucinada pelos castelos e pela historia da França, Fred me propôs uma viagem ao Vale do Loire, no feriado da pascoa.

Não é perto de Montpellier, são 6 ou 7 horas de estrada, atravessando o massivo central com uma tempestade de neve (região montanhosa e de planalto), outra região de antigos vulcões e chegando à região central, onde se encontra o rio Loire e seus castelos, construídos na maioria entre os séculos 15 e 17.

Durante a guerra de 100 anos contra a Inglaterra, o rei saiu da região parisiense e instalou a corte na região central, no vale do Loire, buscando proteção estratégica contra os ingleses, sendo também nomade entre um castelo e outro, para que os inimigos não descubram facilmente seu paradeiro. Foi lá que o rei recebeu a visita de Joana D'arc, que lhe ofereceu uma "mãozinha" contra os ingleses.

Dai o motivo de tantos castelos nessa região, entre os reis e a corte, e outros "nobres", resultado: castelos, castelos e mais castelos!!!

Um dos reis mais marcantes do período foi François 1°, que encomendou a construção de Chambord e passou somente uma noite no castelo. Esse levou 30 anos para ser construído, com projeto que tem idéias de Leonardo da Vinci, amigo pessoal de François, que alias morreu no castelo de Amboise e lá encontra-se hoje seus restos mortais. O castelo de Chambord foi construído no meio de uma floresta e deveria servir de estadia para que o rei praticasse sua atividade preferida: a caça. Uma obra maravilhosa e impressionante, mas que foi pouco utilizada e ocupada. Entrando no castelo é fácil compreender: o que ele tem de bonito ele tem de desconfortável, é muito frio, muito amplo, ano é acolhedor. Ele tem 380 chaminés, é muito difícil de aquecer, o ar circula lá dentro e faz muito frio!!

Não vou falar de todos os castelos que visitamos, vou falar do meu favorito: o castelo de Chenonceau, o "castelo das mulheres". Em cinco séculos em que foi habitado, foi quase exclusivamente por mulheres. Começando por Diane de Poitiers, a "preferida" de Henri II, que lhe ofereceu o castelo que foi dela tomado pela rainha quando o rei faleceu. A rainha (Catarina de Médicis), que assumiu o poder pois os herdeiros do trono ainda eram muito jovens, não deixou por menos e quis mostrar a sua superioridade sobre a rival. Criou um outro jardim, um salão para oferecer magníficos bailes reais sobre a ponte construída por Diane de Poitiers, decorando-o com obras de arte.

O castelo tem a delicadeza e todos elementos da feminilidade, a "água", pois encontra-se sobre o rio Cher, a "cozinha" que é uma das partes mais interessantes do castelo, sendo equipado com objetos da época, nos leva à uma viagem ao passado, os jardins e as flores. Todos esses elementos fazem parte da alma do castelo e a gente sente a sua energia feminina!!

Em resumo esses castelos refletem o momento histórico da transição de duas épocas sobre a influencia recém-chegada do renascimento, saindo da rusticidade da idade média, entrando no luxo e nas artes, da idade moderna.

Fantastique!!!

C'est tout! beijos

Novidades, amigos, bonheur...




Nossa! Não é fácil manter um blog atualizado! O tempo passa muito rápido, muitas coisas acontecendo, muito trabalho para fazer!

O tempo voou, da última postagem, que foi no Natal/ano novo. De lá para cá, vou falar por cima do que rolou! Voltamos da longa viagem Normandia/Lyon/Alpes, de volta à vida real; ao trabalho. Fred se mudou para minha casa, dai foram alguns sábados de mudança e arrumação, liberar de suas coisas, liberar seu ap e ao mesmo tempo, arrumar o meu, ou melhor, o "nosso", para acolher dois e não mais um.

Outro momento foi da sua iniciação na espeleologia, que começou com uma conversa básica sobre os nos, um treinamentozinho na corda pendurada na escada de casa, fraccionamentos, passagens de nos, etc. A chegada do Bernardo com uma primeira saída para uma grutinha vertical bem facil, so para praticar repetidamente os procedimentos, e finalmente: um abismao!!!

Bom, la ele viu que o negócio não é fácil!!! Fomos com mais dois espeleólogo ao Aven de Leicasse, uma jornada de 9 horas, de descida e subida. Ele gostou, mas como era de se esperar, penou!! Se virou surpreendemente bem! Não se enrolou nos fracionamentos, o que acabou sentindo mais foi a parte física, o cansaço, o frio e a ralação: Bem-vindo à espeleologia!!

O mais bonitinho é que vi tudo isso como uma demonstração de amor, de atenção e carinho :o) Como se ele quisesse se aproximar de mim e do meu mundo!! Mesmo se ele estava realmente interessado e curioso em praticar espeleo!!

Todo esse período coincidiu com a vinda de amigos na nossa casa, tanto meus quanto dele. Amigos vindo de longe, diga-se: o Bernardo esteve duas vezes, todas elas super agradáveis, onde fomos cavernar com ele; o Fred Lott que veio com a Marina e chegou na porta da minha casa, vindo de carro de Barcelona, sem se perder e sem falar francês e sem conhecer a cidade! Bravo!!! E dois amigos do Fred que eu não conhecia, mas que também foi super agradável, fomos com eles à Carcassone e jogamos uma super partida de pocker em casa! Foram grandes momentos de alegria junto aos amigos! Principalmente apos tanto tempo sem vê-los!!

Outro amigo que voltou para a França temporariamente foi o Marcos, que veio do Equador para defender sua tese. Passamos com ele, Ana, Marta e Manu, um super fim de semana de escalada, raclette e vinicolas, em Dentelles de Montmirail, o mau tempo atrapalhou um pouco a escalada no secundo dia mas ainda deu para aproveitar!!

No trabalho, a alegria constante, mesmo apesar das dificuldades de uma tese, de ter resolvido GRANDES problemas relacionados ao meu tema de estudo e a orientação. Poder finalmente, fazer o que quero e que vim fazer aqui na França: estudar os sistemas aquíferos carsticos!!!!

No mais, continuando a escalar, em meio à tantas coisas boas, ganhando uns quilinhos, sabe como é o inverno... A gente come, come... Tem gente diz que felicidade também faz engordar...