segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Rebeldia



Uma pessoa inteligente é rebelde. A inteligência é rebeldia.

Uma pessoa inteligente decide por sua própria conta se irá dizer não ou sim.



Não pode seguir as tradições, não pode continuar venerando o passado. Não há nada a venerar no passado.


Uma pessoa inteligente deseja criar um futuro, deseja viver no presente. Sua vida no presente é sua forma de criar o futuro.



Osho, em "Osho de A a Z: Um Dicionário Espiritual do Aqui e Agora"


quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Transformação

Um mestre de Zen não é simplesmente um professor. Em todas as religiões, há apenas professores. Eles ensinam a respeito de assuntos que você não conhece, e lhe pedem para acreditar no que dizem, porque não há jeito de transformar essa experiência em realidade objetiva. O professor tampouco as vivenciou - ele acreditou nelas, e transmite a sua crença para outras pessoas.

O Zen não é o mundo do crente. Não é para fiéis; o Zen é destinado àquelas almas ousadas que são capazes de desfazer-se de toda crença, descrença, dúvida, razão, mente, e mergulhar simplesmente na sua existência pura, sem fronteiras.

Ele traz, porém, uma transformação tremenda.

Permitam-me, portanto, dizer que, enquanto outros caminhos estão envolvidos com filosofias, o Zen está envolvido com metamorfose, com uma transformação. Trata-se de uma alquimia autêntica: o Zen transforma você de metal comum em ouro. Mas a sua linguagem precisa ser entendida, não com o seu raciocínio e o seu intelecto, mas com o seu coração amoroso. Ou até mesmo simplesmente escutar, sem se importar se é verdade ou não. Um momento chega, repentinamente, em que você enxerga aquilo que não percebeu a vida inteira. De repente, abre-se aquilo que o Buda Gautama denominou "oitenta e quatro mil portas".

Osho, em "Zen: The Solitary Bird, Cuckoo of the Forest"

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Reinterpretar o Eu



Se deixarmos o passado sem o curar, ele irá destruir as nossas vidas. O passado esconde o nosso dom, a nossa criatividade e os nossos talentos.


Fomos ensinados que é difícil ir atrás dos nossos sonhos. E não nos disseram que é ainda mais difícil viver cada dia sabendo que não estamos a viver os nossos sonhos.


Se não tivermos a coragem de fazer as pazes com o nosso passado, iremos sempre transportar ás costas a raiva, o ressentimento, a culpa, a impotência, a vergonha e o medo.


O poder para fazer as pazes com o passado está já dentro de si, mas só irá surgir quando você estiver preparado e desejoso de fazer as mudanças na sua vida. Quando o desejo de mudar for mais forte que o desejo de querer manter tudo como está. Claro que é sempre mais fácil culpar os outros pela situação que estamos a viver agora, neste momento.


Tem que estar preparado para abraçar o passado se quiser fazer verdadeiras mudanças no seu presente. O nosso passado é o que dá forma ao que vemos, ao que dizemos e à maneira como vivemos.


Saiba que os preconceitos são passados de geração em geração, de maneiras muitas vezes subtis. A dor também é passada de geração em geração. O medo, a vergonha, a culpa, a impotência, também são passados de geração em geração. Não sei se já tinha mencionado: o medo é passado de geração em geração. Os seus problemas actuais são seus, ou herdou-os?


Muitas pessoas decidiram já que não seriam como os seus pais! Mas temos que ter sempre presente que passamos os anos mais importantes da nossa aprendizagem a absorver os conhecimentos e comportamentos dos nossos pais. Todas as suas qualidades e defeitos.


Saiba que todos os eventos negativos da sua vida são na verdade bênçãos disfarçadas de problemas. A dor tem um propósito. Ensina-nos e guia-nos a níveis mais elevados de consciência.


Há um ditado chinês que diz “O mundo é um mestre para o homem Sábio, e um inimigo para o louco”. Nenhum evento é doloroso em si. É tudo uma questão de perspectiva. É importante saber que tudo o que acontece no mundo acontece porque tem que acontecer, e é perfeito na forma como acontece. Não há erros. Não há acidentes. O mundo é um paraíso e um inferno. Qual a sua perspectiva?


Não há ninguém neste mundo que diga o que eu digo da maneira que o digo. Ninguém neste mundo faz as coisas que eu faço na forma exacta em que as faço. Eu sou eu e tu és tu. Cada um de nós é único e cada um de nós tem um caminho especial a percorrer.


Por forma a ganhar sabedoria e liberdade do seu passado, tem que aceitar total responsabilidade por todos os eventos que ocorreram na sua vida. Aceitar a responsabilidade significa afirmar: “Fui eu quem fez aquilo.” Há uma grande diferença entre o mundo fazer-lhe coisas a si e você fazer coisas a si mesmo. Quando aceita a responsabilidade pelos eventos na sua vida, e pela sua interpretação desses eventos, sai do mundo da criança e entra no mundo do adulto. Ao aceitar a responsabilidade pelas suas acções e inacções , você desiste da sua história pessoal (que é sempre qualquer coisa à volta de “Porquê eu?”) e transforma-a em “Isto aconteceu-me porque eu precisava de aprender uma lição. Isto faz parte da minha caminhada”.


De acordo com Nietzsche, desejar que o nosso passado não tivesse acontecido é desejar que nós não tivéssemos acontecido. É praticamente impossível mudar de direcção na nossa vida sem antes fazer as pazes com o passado. Cada evento significativo da nossa vida muda a forma como interpretamos a própria vida, e a perspectiva que temos dela.


A ideia de revisitar o passado pode parecer aterradora, mas é uma parte essencial do processo. O nosso passado é uma bênção que nos pode guiar e ensinar, e transporta consigo tantas mensagens negativas como positivas.


A nossa dor pode ser o nosso melhor mestre. Irá levar-nos a lugares que nunca teríamos a coragem de ir de outra maneira. Quantas pessoas estariam dispostas a sofrer durante 20 ou 40 anos só para descobrir a vontade da sua alma?


Aceitar a responsabilidade total pelo nosso passado é uma tarefa avassaladora. A maioria de nós está preparada para aceitar responsabilidade pelas coisas boas que nos aconteceram, mas resistimos aceitar a responsabilidade pelas coisas más que foram sucedendo. Mas quando aceitamos a responsabilidade total por todos os eventos, tornamo-nos mais fortes com cada evento ocorrido. Mesmo que nos sintamos envergonhados ou magoados por qualquer evento, podemos encontrar paz no saber que de alguma forma o evento está a ajudar-nos a descobrir o nosso dom. Tornamo-nos responsáveis por tudo o que acontece. Dizemos ao Universo: “Eu sou a fonte da minha própria realidade!” Este é o lugar de poder a partir do qual pode alterar a sua vida.


Enquanto não for capaz de olhar o seu passado olhos nos olhos, ele estará sempre por perto, trazendo-lhe mais experiências em tudo iguais ás do passado. Mas tudo o que precisa é de uma mudança na sua perspectiva.


Para alterar a nossa percepção precisamos de encontrar cada momento do nosso passado até encontrar uma interpretação poderosa que nos permita aceitar a responsabilidade. Não faz ideia da energia que gasta para provar a si mesmo que tem razão e que não foi ‘culpa’ sua! É claro que é sempre mais fácil culpabilizar os outros pelas coisas que não gostamos no nosso mundo.




Há sempre dor quando somos vítimas das circunstâncias: a dor do desespero e do desalento. Mas você vive num universo onde tudo acontece por um motivo. Procure a bênção em todos os eventos da sua vida e irá dar por si no caminho da gratidão. Irá ter a experiência do que é ser-se abençoado.


Cada palavra, incidente e pessoa em relação à qual ainda sente existir uma carga emocional tem que ser estudada, olhada na cara, reconstruída, re-perspectivada e abraçada. Temos que caminhar até à origem da nossa dor. E tomamos as rédeas da nossa vida ao escolhermos as nossas interpretações.


Ao inventarmos uma nova interpretação estamos a utilizar a forma mais simples de transformar uma experiência negativa em outra, positiva. Tudo o que acontece no nosso mundo é objectivo. Não possui um significado inerente. Mas cada um de nós vê o mundo com um olhar diferente, sendo que cada um irá atribuir um significado diferente a dado evento. É a nossa percepção e interpretação que afecta as nossas emoções, e não o incidente em si. É a nossa percepção e interpretação quem nega a nossa responsabilidade e atribui as culpas.


Cada um de nós tem que tomar uma decisão consciente de alterar o nosso mundo, alterando as nossas percepções. Mude a percepção, a interpretação, de uma palavra ‘má’ apenas, e irá descobrir que não só a palavra perde a sua carga emocional, como esta carga lhe é devolvida com poder.


Autor: Emidio Carvalho
http://asombrahumana.blogspot.com/

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Mais traz mais



Normalmente, um relacionamento sempre perturba. A não ser que você seja capaz de permanecer só, um relacionamento sempre perturba.


Ele é quase como um banqueiro. Se você tiver dinheiro, o banqueiro irá oferecê-lo a você. Se você não tiver, ele não lhe dará dinheiro. Quando você tem, todo mundo está pronto para lhe ajudar; quando você não tem, ninguém está disponível! Assim, os bancos continuam dando dinheiro às pessoas que são ricas.


Com os relacionamentos, é exatamente o mesmo caso. Se você está feliz, o relacionamento a fará mais feliz. Se você está feliz sozinha – o que significa que você não está precisando de um relacionamento – somente assim um relacionamento lhe dará felicidade. Se você está precisando dele, então você se tornará miserável – porque toda dependência traz miséria.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

A construção de uma personalidade oculta




Cada um de nós possui uma herança psicológica que não é menos importante que a nossa herança biológica. Esta herança inclui um legado sombrio que nos é transmitido através do ambiente cultural da nossa família. Somos, inicialmente, expostos aos valores, temperamentos, hábitos e comportamentos dos nossos pais e irmãos. Com bastante frequência, os problemas que os nossos pais foram incapazes de resolver por eles próprios vêm até nós sob a forma de padrões de adaptação disfuncionais.

A nossa família é o teatro onde nós actuamos com a nossa individualidade e os nossos desejos. É o nosso centro gravitacional emocional, o lugar onde começamos a adquirir e a desenvolver o nosso carácter, sob as influências das personalidades variadas que nos rodeiam (pai, mãe, irmã, tio...).

Na atmosfera psicológica criada pelos nossos pais e irmãos, educadores de infância e todas as outras fontes importantes de amor e aprovação, cada um de nós, crianças, dá início ao processo necessário do desenvolvimento do ego. A adaptação do ser humano à sociedade exige a criação de um ego – um “eu” - que sirva como princípio da nossa consciência em crescimento. Este desenvolvimento do ego depende em grande parte da repressão daquilo que consideramos ‘mau’ ou ‘errado’ em nós, enquanto tentamos identificarmo-nos com aquilo que é ‘bom’. Isto dá à personalidade em desenvolvimento uma vantagem estratégica na eliminação de qualquer ansiedade e, em simultâneo, ganhar tantos aspectos positivos quanto seja possível. O processo de desenvolvimento do ego continua até por volta dos quarenta anos de idade, sendo modificado de acordo com experiências e influências externas, à medida que interagimos com o mundo.

Mas à medida que o nosso ego cresce e se mostra ao mundo, a nossa sombra, os aspectos que escondemos para agradar aos outros, também cresce e desaparece nos recantos do nosso subconsciente. O “Eu Deserdado” é um produto resultante do processo de desenvolvimento do ego. Eventualmente este “eu deserdado” torna-se a imagem do ego reflectida no espelho. Nós deserdamos tudo aquilo que não se conforma com a nossa imagem de quem somos, criando assim uma sombra. E devido à necessidade do ego de criar um aspecto único de si (ou é bondade ou maldade, bonito ou feio, egoísta ou altruísta), todas as qualidades que são rejeitadas, negligenciadas e inaceitáveis em nós acumulam-se inconscientemente na nossa mente e tomam a forma de uma personalidade inferior – a sombra.

Contudo, aquilo que deserdamos não desaparece. Vive plenamente dentro de nós – longe da nossa consciência e da nossa razão – tão real como a nossa certeza de sermos um individuo. Um outro ego (alter ego) que se esconde imediatamente abaixo da nossa consciência. Com regularidade este aspecto rejeitado imerge como a lava de um vulcão que explode depois de milhares de anos sob pressão, normalmente quando nos encontramos distraídos, ou sob uma enorme pressão emocional. “Não sei onde tinha a cabeça!” dizemos nós. Ou “não fui eu! Jamais faria isso!” ou a mais tradicional “O diabo em figura de gente!”. Isto são os eufemismos utilizados pelos adultos para explicar o comportamento do alter ego, ou “outro eu”.

Assim, o ego e a sombra encontram-se num antagonismo perpétuo e que é a base de toda a mitologia: a relação entre dois irmãos, o bom e o mau. Representações simbólicas do ego e do alter ego. Se pegarmos nestes irmãos, no representante da bondade e da maldade, e os juntarmos teremos um todo completo. Da mesma maneira, quando o ego abraça a sua sombra nós conseguimos o sentimento de plenitude, a totalidade que sempre fomos.

Nos primeiros anos de vida, todos nós estamos isentos da capacidade de filtragem consciente. Assim, a nossa aprendizagem, em termos de comportamento social, é muitas vezes ambígua e muito solta. Podemos observar a criação da sombra num infantário, enquanto as crianças brincam, e a forma como esta sombra é reforçada pelos adultos à volta. Ninguém consegue ficar indiferente à maldade e crueldade que uma criança é capaz de manifestar enquanto brinca. Quando sentimos a necessidade de intervir fazêmo-lo muitas vezes de maneira espontânea. Naturalmente, instintivamente, não queremos que as crianças se magoem. Mas também queremos que a criança “deserde” as acções e sentimentos que nós próprios deserdamos, por forma a que a criança se insira no ideal adulto da brincadeira mais apropriada. Como se isto não bastasse, projectamos na criança que “se porta mal” aquilo que rejeitámos previamente em nós mesmos. Se a criança obedecer, irá ela própria deixar de se identificar com estes impulsos “negativos” para agradar ao adulto e obter aprovação.

As sombras dos outros estimulam um esforço moral continuado na criança à medida que vai desenvolvendo o seu ego e a sua sombra. Aprendemos, enquanto crianças, a esconder tudo o que sucede um pouco mais abaixo da nossa consciência. Isto para que os adultos nos vejam como “bons” e para que sejamos aceites com afecto pelos adultos à nossa volta.

A projecção – a transposição involuntária de tendências inconscientes inaceitáveis para objectos, animais e pessoas – funciona como uma ajuda ao ego frágil em desenvolvimento, na sua busca incessante de aprovação.

Ninguém gosta de admitir possuir um lado escuro. As pessoas que acreditam que o seu ego representa a totalidade de quem são, e que desconhecem ou não querem conhecer a totalidade de quem são na verdade, irão projectar as partes rejeitadas no mundo à sua volta.

Mas o oposto também pode acontecer. Quando a criança se apercebe que nunca poderá atingir as expectativas dos adultos à sua volta, poderá dar início a comportamentos inaceitáveis e tornar-se no bode expiatório para as projecções das sombras dos adultos à sua volta. A ovelha negra de qualquer família é o responsável, inconsciente, de transportar a sombra da própria família. Poucas famílias conseguiriam funcionar sem uma ovelha negra.

Sylvia Brinton Perera, no seu livro “The Scapegoat Complex”, afirma que o adulto identificado como a ovelha negra é, normalmente, por natureza um indivíduo sensível a estados emocionais inconscientes. Ou seja, a criança mais sensível é, regra geral, a que mais tarde irá carregar a sombra da família.

O próprio Jung deixa um exemplo claro desta projecção e de como pode afectar qualquer família. Conta a história de um homem muito religioso o qual nunca tinha pecado ou feito mal a quem quer que fosse na sua vida. Era um homem extremamente honesto e sentia repudia por qualquer acto moralmente incorrecto. Com um pai assim é fácil compreender que o seu filho se tornasse um ladrão e a filha uma prostituta (o motivo que levou o homem a procurar a ajuda de Jung). Uma vez que o pai se recusava a abraçar a sua própria sombra, a sua parte na imperfeição humana, os seus filhos eram compelidos a vivenciar o seu lado escuro ignorado.

Para além dos padrões existentes nas relações pais-filhos, há outros eventos que adicionam complexidade ao processo da construção da sombra. À medida que o ego da criança se torna mais consciente, uma parte de si cria uma máscara – ou persona – que é a face que mostramos ao mundo, a qual representa aquilo que a criança quer que os outros pensem que é. Esta persona vai de encontro ás exigências pedidas pelo ambiente e cultura que rodeiam a criança. Assim, o ideal de ego vai de encontro ás expectativas e valores do mundo onde a criança cresce. Mas por detrás deste ego, a sombra faz o seu trabalho de contenção.

Todo o processo de desenvolvimento de ego e persona é uma resposta natural ao nosso meio ambiente e é influenciado pela comunicação com a nossa família, professores e religiosos, através da sua aprovação ou reprovação, aceitação e vergonha.

As sombras dos membros da família têm uma influência muito forte no desenvolvimento do “Eu Deserdado” da criança. Isto é ainda mais verdade quando os elementos sombrios não são reconhecidos pelos respectivos membros da família, ou quando estes colidem na tentativa de esconder a sombra de um membro da família que seja mais fraco, ou mais forte, ou mais amado.


Um dos maiores perigos, quando a criança começa a desenvolver a sua sombra, encontra-se nas famílias disfuncionais, negativas, abusivas, ou, inversamente, certinhas, correctas, convencionais, preconceituosas. Em ambos os casos as famílias irão alimentar uma sombra carregada de vergonha, medo e culpa.

A construção da sombra é inevitável e universal. Ela torna-nos quem somos e pode levar-nos ao trabalho da sombra, obrigando-nos a abraçar a totalidade de quem somos e, assim, a libertar-nos. Ao trabalharmos a nossa sombra temos uma possibilidade real de sermos a totalidade que sempre fomos.

Autor: Emidio Carvalho
http://asombrahumana.blogspot.com/

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Repressão

Repressão significa viver uma vida que não é o seu destino. Repressão é fazer coisas que você nunca quis fazer. Repressão é ser uma pessoa que você não é. É uma forma de se autodestruir.

Repressão é suicídio, um suicídio lento, é claro, mas certamente um lento envenenamento.

Expressão é vida, repressão é suicídio. Não viva uma vida reprimida, do contrário você não viverá. Viva uma vida de expressão, criatividade, alegria. Viva de forma como a existência desejou que você vivesse: da forma natural.

Ouça seus instintos, ouça seu corpo, seu coração, sua inteligência. Dependa apenas de si mesmo, vá aonde quer que sua espontaneidade o leve, assim você nunca estará perdido.

E, seguindo espontaneamente sua vida natural, um dia você acabará chegando às portas do divino.

Osho, em "Osho de A a Z - Um Dicionário Espiritual do Aqui e Agora"
Imagem por Migraine Chick

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

As assinaturas do invisivel

No texto abaixo eu traduzi e resumi o texto original do Dr. Vincent Vuillemin, monge ZEN e chefe de projeto no CERN (Organização Européia de Pesquisa Nuclear), que fica na fronteira da França com a Suíça, onde foi desenvolvido recentemente o acelerador de partículas. Ele fala das descobertas que revolucionaram a física e como isso deve ser aplicado na vida pessoal de cada um a fim de atingir uma nova visão da realidade. Na tradição budista o conhecimento intuitivo dessa realidade é aplicado há milhares de anos.
Desde o inicio do século a abordagem cientifica conhecida no ocidente sempre foi baseada na observação de fenômenos externos que nos rodeiam, seguida de uma abordagem explicativa lógica sob forma de teorias ou de modelos. O homem observa seu mundo como um objeto de estudo separado de seu próprio ser. A realidade de nosso mundo era percebida como uma entidade regida por leis fixas ainda que desconhecidas até então, leis que fogem do nosso conhecimento nesse momento mas cuja descoberta era considerada como certa, dependendo somente do progresso a ser alcançado do desenvolvimento de meios de observação futuros. Muita gente ainda compartilha essa opinião, achando que toda realidade pode ser conhecida com a condição que os telescópios e microscópios se tornem mais poderosos.
Essa abordagem tem a grande desvantagem de manter uma separação entre o homem e o universo que o cerca. Além de ser uma das principais causas dos conflitos no nosso mundo atual no domínio da ecologia e nas relações inter-humanas. Essa forma de conhecimento ocupou, ao longo dos séculos, o lugar de qualquer outra forma de conhecimento intuitivo ou contemplativo, onde a observação de si mesmo e da vida que nos habita é a observação de uma parte do todo, levando à abertura de um conhecimento mais amplo da realidade. Esse conceito é fácil de entender se pensarmos que as células que nos compõem são similares a todas as células desse mundo, formadas pelos mesmos átomos que compõem todas as outras coisas de nosso universo observável.
Essas duas abordagens podem ser consideradas como ortogonais, separadas e impossível de serem unificadas. Portanto, a física moderna foi a primeira, entre outras ciências, a sofrer uma revolução profunda, questionando as certezas que havíamos sobre a possibilidade de nosso conhecimento, sobre nós mesmos como sujeitos do nosso mundo como objeto do nosso conhecimento. Isso ocorreu com a chegada da física quântica, da relatividade do tempo, das noções de espaço e das dimensões do nosso universo. A virtualidade do tempo e a nao-separação entre nós mesmos e o universo foi esclarecido de forma evidente pelas novas abordagens da física desenvolvidas há algumas dezenas de anos.
A física quântica e o conhecimento intuitivo
O mundo macroscópico que nos rodeia é regido por leis de causa e efeito. Nesse mundo a matéria é a matéria e as ondas são as ondas. Por exemplo, as ondas na água são o movimento das águas e a água é água, simplesmente. No mundo macroscópico da física quântica as coisas não são tão claras. A dualidade a qual estamos acostumados na vida cotidiana cai por terra. A física quântica evidenciou que a dualidade entre as ondas e as partículas devia ser abandonada. A observação de fenômenos imediatos também balançou as nossas certezas.
Por exemplo: a luz não existe no repouso, mas é a propagação de uma onda, logicamente, à velocidade da luz. Portanto ela não é matéria e não podemos construir uma mesa de luz porque ela não existe no repouso. Do outro lado, o elétron é uma pequena partícula, no sentido do vocabulário usual, ele não é uma onda. Portanto, parece que a luz se comporta às vezes como uma onda e às vezes como uma partícula. Afinal, o que ela é na verdade? A luz é uma partícula ou uma onda, o elétron é uma partícula ou uma onda? Essa noção de dualidade entre onda e partícula deve ser superada. No mundo microscópico, matéria e energia são o mesmo fenômeno.
Na física quântica, a forma pela qual observamos um fenômeno determina o estado pelo qual ele é projetado no nosso mundo macroscopico. Qual é então a realidade fundamental das coisas em si? A observação define sozinha o que observamos ou como matéria ou como onda, sem consistência material? Percebemos aí que o único nível de realidade ao qual estamos acostumados deve ser abandonado e que um novo nível de realidade deve emergir, onde essas contradições deverão desaparecer. Se nos limitamos a somente um nível da realidade não poderemos sair dessa aparente contradição. Portanto, é possível conceber uma lógica que permite não resolver as contradições, mas aceitá-las. Trata-se de uma outra dimensão da lógica. Aplica-se na nossa vida de todos os dias, em que devemos assumir as contradições pelas quais somos confrontados.
Há milhares de anos os mestres zen afirmam que matéria são os fenômenos (o elétron é a onda) e que os fenômenos são a matéria (a onda é o elétron). A natureza fundamental de todas as coisas, matéria e fenômenos, é o vazio, chamado de Ku. Todos os fenômenos, todas as coisas, são criados no vazio e para ele retornam. Nesse sentido, entende-se que no nosso universo só existem fenômenos, sem consistência. A matéria por si mesma é um fenômeno e não tem existência própria, sua essência é o vazio (ku). Ku é intraduzível literalmente, ele sugere um vazio potencialmente ocupado por toda energia e matéria. Esse vazio é ocupado por campos interativos que se materializam durante a passagem de um grão original, ou de um grão de luz ou de uma perturbação energética. Ele se polariza de alguma forma dando origem a manifestações ou fenômenos, visíveis no macrocosmo.
Outra dimensão da realidade

Segundo a descoberta de Planck, fundamentalmente ligada à física quântica, a energia é uma estrutura discreta, descontinua. A sua base é o quantum. Isso correspondeu a uma verdadeira revolução. Nós somos acostumados a um mundo continuo, feito de relações de causa e efeito, de interações e de um tempo linear. Como entender, portanto um mundo feito de entidades descontinuas, os quanta? Como entender que entre dois pontos não ha nada, nem átomos, nem partículas, simplesmente nada? Como entender a relação entre o tempo que se escoa a cada instante se não ha continuidade entre os instantes? Quanto tempo existe entre dois instantes? Como entender simultaneamente o tempo que passa e a descontinuidade dos instantes? Na física, uma situação desagradável ficou instalada pois guardamos ao mesmo tempo o conceito de espaço-tempo da física clássica e as leis da física quântica, gerando muitos problemas de entendimento. O mundo macroscópico é o mundo da dualidade e da contradição. A introdução de um novo nível da realidade permite superar essa contradição. Nessa realidade, onda e partícula são na verdade unidos e se chamam quanton.
Desde muitos séculos esse nível da realidade participa da essência do conhecimento no budismo. Na meditação (zazen) a dualidade aparente entre o corpo e o espírito é superada para uma consciência integrada “corpo-espirito”. Essa abordagem intuitiva e integrada torna-se uma componente essencial na nossa vida cotidiana. Nós vivemos e podemos dizer que o nosso tempo escoa, mas da mesma forma nós podemos viver esse tempo instante por instante. Nesse estado a contradição desaparece, a consciência do tempo e do instante são unidas. Assim como o “eu-mesmo” e o mundo que o rodeia são unidos. Essa pratica leva a uma fusão do ser com o próprio universo, levando a uma profunda compreensão da realidade a partir da experimentação própria, intuitiva e contemplativa. Isso representa a única esperança para a humanidade, a essência da ecologia, o respeito e a compaixão por todos os seres.
O tempo físico e o instante
O tempo não é uma entidade própria e não pode ser medido sozinho. Ele é experimentado em função das coisas, em função dos eventos, em função de um assunto, como o ser humano por exemplo. Nós guardamos em nosso espírito essa idéia de tempo linear que passa. Ela é real, basta observar a passagem da sua própria vida. Mas esse conceito de um tempo que passa de forma regular e universal mudou profundamente na época moderna.
No século treze, mestre Dogen falava do “ser-tempo”, exprimindo que fora do contexto dos seres, ou de nós mesmos por exemplo ou de uma forma geral a presença de matéria, o tempo não existe de forma absoluta. No nosso século, Einstein mostrou que o tempo é uma noção relativa, ele depende do referencial de onde observamos e da massa. O tempo, portanto, caiu de seu pedestal de entidade absoluta.
Uma das grandes descobertas de Einstein foi estabelecer na teoria da relatividade geral que o tempo não é absoluto, mas que sua observação é modificada pela presença de massas no nosso universo. No vazio absoluto o tempo não existe. Nesse sentido falar do começo do universo refere-se unicamente à noção inexata de tempo absoluto e não de tempo relativo, pois a distribuição de massas no interior do universo está em constante transformação. Podemos dizer então que o nosso universo e o seu tempo nasceram ao mesmo tempo. No budismo a noção de tempo que separa o nascimento e o desaparecimento de um universo é chamada de kalpa. Um kalpa é o tempo do piscar de olhos do Buda, o que serve para exprimir a inexistência de conteúdo real ou mensurável de forma absoluta. O que não impede que à nossa época nós possamos falar do tempo passado, medido, por exemplo, pelo deslocamento dos ponteiros do relógio.
O conhecimento da relatividade do tempo pelas observações da física permite ao homem se dar conta da relatividade e impermanência de todas as coisas. O mundo não é mais percebido como uma entidade fixa externa a nós mesmos. O fato de não aceitar a impermanência de todas as coisas é certamente uma fonte de sofrimento para o ser humano. As noções fundamentais da física quântica nos permitem ver todas as coisas como em constante transformação, em integração recíproca, ligadas entre si, como os seres humanos são entre si e com relação ao mundo em que vivem.
O universo
O budismo antigo fala de uma multiplicidade de universos, aparecendo e desaparecendo ao longo de inúmeros Kalpas. Como se cada um desses universos fosse semelhante a uma bolha que cresce, explode e desaparece, e surgem outras bolhas. Nós mesmos podemos conhecer somente a nossa própria bolha. O que não impede que existam outras que continuarão desconhecidas por nós.
Einstein mostrou pela teoria da relatividade geral que a geometria de nosso universo é curva graças à presença da força de gravidade exercida pela matéria. Vivemos portanto num universo curvo, onde a noção de espaço e de matéria são ligados: o espaço não existe se não houver presença de matéria. O vácuo é um conceito difícil de aceitar, pois não há espaço, nem tempo. O nosso universo pode parecer infinito, mas ele encontra o seu limite natural num ponto desconhecido onde se cessam as influências da massa que o compõe. O nosso universo, considerado na sua totalidade, pode ser considerado como um imenso buraco negro.
Nada se opõe à idéia da existência de inúmeros universos, cada um sendo completamente desconhecido ao outro, sem existir nenhuma conexão espacial ou temporal. Mesmo a noção de separação entre os universos não tem nenhum sentido, pois ela não pode ser medida de nenhuma maneira, pois não existe nenhuma geometria comum. O ser humano só pode aprender e conhecer sobre o próprio universo em que vive, que gerou os seus próprios átomos e as suas próprias células. Portanto, para si mesmo o seu universo é único, pois se outros universos existem, serão eternamente desconhecidos.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

O que é o dinheiro?

Pergunta a Osho: O que é o dinheiro e por que a maioria das pessoas se sente profundamente desconfortável em relação a ele?
Essa é uma pergunta delicada, porque o dinheiro não é o que parece ser. O dinheiro está muito mais enraizado. Ele não está apenas lá nas notas correntes, é algo que tem a ver com sua atitude e mentes interiores.

O dinheiro é o seu amor pelas coisas, é o seu seguro contra a morte, é o seu esforço para controlar a vida; são mil e uma coisas. O dinheiro não está apenas nas notas correntes, caso contrário as coisas teriam sido mais fáceis.

O dinheiro é o seu amor - amor pelas coisas, não pelas pessoas. O amor mais confortável é pelas coisas, porque elas estão mortas e você pode possuí-las facilmente.

Você pode possuir uma grande casa, um palácio - você pode possuir o maior palácio facilmente -, mas não pode possuir nem mesmo o menor bebê; até mesmo um bebê rejeita, até mesmo um bebê luta por sua liberdade.

Um bebezinho, por menor que seja, é perigoso para o homem que deseja possuir. Ele se rebelará, se tornará rebelde, mas não permitirá que ninguém o possua.

As pessoas que não conseguem amar outras começam a amar o dinheiro, porque o dinheiro é um meio de possuir coisas. Quanto mais dinheiro você possui, mais coisas pode possuir; e, quanto mais coisas você possuir, mais poderá se esquecer das pessoas.

Você terá muitas coisas, mas não terá nenhuma satisfação porque a satisfação profunda só vem quando você ama uma pessoa. O dinheiro não pode se revoltar, mas também não pode responder, esse é o problema. É por isso que as pessoas miseráveis tornam-se muito feias. Ninguém jamais respondeu ao seu amor.

Como você pode ser belo sem amor caindo sobre você, sem amor derramando-se sobre você como flores? Como você pode ser belo? Você se torna feio. Torna-se fechado.

O homem que possui ou tenta possuir dinheiro é miserável e estará sempre com medo das pessoas porque, se elas puderem se aproximar, começarão a compartilhar.

Osho, em "Dinheiro, Trabalho, Espiritualidade"
Imagem por wai.ti

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Apague as más recordações de sua casa

No Feng Shui aprendemos que a energia tem que fluir de uma forma suave e equilibrada pelos ambientes da casa e trabalho, deixando o local energeticamente saudável. Mas nem sempre é isso que encontramos. Muitas pessoas reclamarem que sentem um peso nos ombros, um desânimo ou mal-estar. Isto ocorre porque estes cômodos estão "pesados" – uma conseqüência da memória das paredes, ou seja, os registros de pensamentos, ações, atitudes e palavras negativas que ali foram vivenciadas - pelos moradores atuais ou antigos.

O mesmo ocorre em nossas vidas, seja pessoal ou profissional. Dependendo de nossas ações, pensamentos e atitudes podemos receber sucessos ou fracassos. Temos que mudar essa situação! E corrigir os erros - ou se preferirem, acertar o passo - é a tradução literal do HO'OPONOPONO, uma antiga técnica de cura havaiana que propõe mudar os padrões negativos, trabalhando os processos de perdão, arrependimento e transmutação em nós mesmos.

Seja qual for o problema, no Ho'oponopono temos e somos 100% responsáveis por tudo e todos. No entanto, quando pedimos perdão ao universo, estamos nos libertando do problema e libertando o próximo.

Segundo o Dr. Len, divulgador da técnica, no Ho'oponopono você assume a completa responsabilidade por sua vida. Tudo o que você olha, escuta, saboreia ou toca é sua responsabilidade, simplesmente porque está em sua vida. Isto significa que a atividade terrorista, o presidente, a economia ou qualquer coisa que você experimenta e não gosta, está ali para que seja curada.

Tudo isto não existe, em realidade, exceto como projeções que saem do seu interior. O problema não está "neles", está em você. E, para mudá-lo, é preciso mudar sua essência.

Sei que pode parecer difícil de entender, mais ainda de aceitar e vivenciar. Colocar a culpa em outra pessoa é muito mais fácil. A base do ho'oponopono significa amar a si mesmo. Se você deseja melhorar a sua vida, deve curar a sua vida. Se você deseja curar alguém, mesmo um criminoso mentalmente doente, você o faz curando a si mesmo.

Seu desejo é mudar a energia de um ambiente? Assuma 100% de responsabilidade, aplique ho'oponopono, peça perdão e liberte-se.

Quer mudar sua vida pessoal ou profissional? Assuma 100% de responsabilidade, aplique ho'oponopono, peça perdão e liberte-se.

Seu objetivo é mudar o padrão de perdedor, de uma pessoa fracassada, sem amor, com problemas financeiros?
Assuma 100% de responsabilidade, aplique ho'oponopono, peça perdão e liberte-se.

Fácil assim? Nem um pouco. Você não vai mudar sua vida radicalmente ou deixar a energia do ambiente completamente sadia. Mas irá notar que grandes mudanças vão ocorrer na sua vida quando começar a cura. Para isso, é necessário realizar constantemente as afirmações e mentalizações do ho'oponopono.

E quais seriam estas afirmações? São muitas. Quando comecei a aplicar o ho'oponopono na minha vida, optei pelas mais simples; confira algumas abaixo:

"Divindade limpe em mim o que está contribuindo para este problema."

"Amo vocês minhas memórias! Sou grato pela oportunidade que liberta vocês e a mim!"

"Divindade limpe o que há em mim o que possa ser a causa de algum conflito ou problema no caminho do trabalho"

"Divino Criador, perdoe-me por isso que está em mim e que está criando essa situação indesejável"

Para fortalecer o processo, o ho'oponopono propõe que, no final de cada afirmação, devemos pronunciar quatro frases poderosas: "Sinto Muito. Me Perdoe. Te Amo. Sou Grato".

São quatro mantras. Quando você diz "Sinto Muito", está assumindo o 100% de responsabilidade e mostra o desejo de mudar. Ao pedir "Perdão", é iniciada a limpeza. "Te Amo" é a afirmação de que você colocou energia positiva no processo. "Sou grato" finaliza o ritual e é o agradecimento pelo poder de alterar a situação.

Mentalize estas quatro frases. Repita-as constantemente, em qualquer situação.

Termino este artigo com a afirmação mais completa e poderosa da cura havaiana:
"Divino Criador, pai, mãe, filho em um...
Se eu, minha família, meus parentes e ancestrais lhe ofenderam, à sua família, parentes e ancestrais em pensamentos, palavras, atos e ações do início da nossa criação até o presente, nós pedimos seu perdão...
Deixe isto limpar, purificar, liberar, cortar todas as lembranças, bloqueios, energias e vibrações negativas e transmute estas energias indesejáveis em pura luz...
E assim está feito".
Sinto Muito. Me Perdoe. Te Amo. Sou Grato.

COLUNA DO FRANCO GUIZZETTI

Escola de Feng Shui

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Primeiro, a harmonia consigo mesmo

Geralmente somos milhares de coisas, não apenas uma. Somos muitos, uma miríade, uma multidão.

Mas, quando um indivíduo se torna consciente, lentamente, lentamente, a multidão perde sua multiplicidade e se torna uma só pessoa, uma integração, uma cristalização - e então ocorre uma grande harmonia.

Primeiro você precisa entrar em harmonia consigo mesmo, para depois se harmonizar com o universo, as estrelas, a lua, o sol, as árvores e os pássaros - nesse todo, nesse vasto e infinito universo, você pode se fundir.

Há duas fusões: uma dentro de você mesmo - a primeira unidade -, e a outra com o todo - a segunda unidade. E nesses dois passos toda a jornada se completa.

Primeiro se torne íntegro consigo mesmo, e depois com o todo - é isso que chamo de santidade. Torne-se consciente e sua vida será só poesia, música, harmonia, unidade, unicidade. Sem isso, você vive em total futilidade, em vão.

Osho, em "Meditações Para o Dia"
Imagem por Pink Sherbet Photography

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segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Seja simplesmente co­mum



A mediocridade é o estado geral da humanidade. É um retardamento da inteligência. Uma pessoa medíocre é como uma árvore que tem as raízes continuamente cortadas para não poder crescer.

A pessoa medíocre nunca sabe o que é frutificar, florir, espalhar perfume. Para manter a mediocridade de uma pessoa medíocre, uma coisa muito estranha tem de ser colocada na cabeça dela: que ela é extraordinária.

A pessoa comum é a pessoa natural.

A natureza não produz pessoas espe­ciais.

Ela produz pessoas únicas, mas não especiais. Todo mundo é único à sua própria maneira.­

Quando falo sobre ser comum, estou descartando a idéia de ser extraor­dinário, que mantém você medíocre. Ser comum é a coisa mais extraor­dinária deste mundo. Basta olhar para você. Dói muito, é doloroso aceitar que você não é extraordinário? Então observe o que acontece quando você aceita a idéia de que é comum. Um grande peso sai dos seus ombros. De repente, você está num espaço aberto, natural, simplesmente do jeito que você é. A pessoa co­mum tem uma singularidade, simplicidade, humildade. Por causa dessa simpli­cidade, dessa humildade, dessa singularidade, ela se torna realmente extraordi­nária, embora nem faça idéia disso.

As pessoas que são humildes, e simplesmente aceitam que são tão comuns quanto todo mundo, você vê um brilho nos olhos delas. Elas têm graça nos movimentos. Você não as verá competindo, não as verá trapaceando. Não as verá traindo ninguém. Elas não são contraditórias. Não são hipócritas.

E quem é a pessoa que se acredita extraordinária?

Aquela que sofre de um enorme complexo de inferioridade. Para encobri-lo, ela projeta simplesmente a idéia oposta. Mas só está enganando a si mesma; ela não engana mais ninguém.

As pessoas medíocres têm um problema. Elas não toleram que ninguém seja melhor do que elas, pois isso destrói sua ilusão de que são extraordinárias.

Mas ninguém pode tirar de você a sua condição de pessoa comum. Isso é algo que não é uma projeção, mas uma realidade.

Se quer viver de modo autêntico e sincero, então seja simplesmente co­mum. Então ninguém pode competir com você. Você fica de fora da corrida da competição, que é destrutiva.

De repente, você é livre para viver.

Tem tempo para viver.

Pode rir, pode cantar, pode dançar. Mas a mente medíocre não tem capa­cidade para entender. Envelhecer, todo animal envelhece. Crescer é algo que só os seres humanos podem fazer. E o primeiro passo é apenas aceitar a sua sim­plicidade, a sua humildade.


OSHO

terça-feira, 28 de julho de 2009

Deixe que o caso de amor entre a criança e Deus aconteça por si só


Pedir a uma criança para acreditar em Deus é um absurdo
, o mais completo absurdo - não que Deus não exista, mas porque a criança ainda não sentiu essa necessidade, esse desejo, essa carência.

Ela não está pronta para sair em busca da verdade, a verdade suprema da vida. Ela ainda não está madura o suficiente para indagar sobre a realidade da existência. Esse caso de amor tem de acontecer algum dia, mas só poderá acontecer se nenhuma crença lhe for imposta.

Se ela for convertida antes que se manifeste a vontade de explorar e de saber, então toda a sua vida será vivida de maneira falsa; ela irá viver uma pseudovida.

Sim, a criança vai falar de Deus, porque ela ficou sabendo da existência de Deus. Ela ficou sabendo de maneira autoritária; ela foi informada por pessoas que eram muito poderosas na sua infância - os pais, os padres, os professores.

Ela ficou sabendo por pessoas e acreditou; era uma questão de sobrevivência para ela. Ela não podia dizer não a seus pais, porque sem eles ela não teria sido capaz de viver. Era muito perigoso dizer não, ela tinha de dizer sim. Mas esse sim não podia ser verdadeiro.

Como poderia ser verdadeiro? Ela disse sim apenas como um expediente político, para sobreviver. Vocês não a converteram numa pessoa religiosa; vocês a converteram num diplomata, vocês criaram um político. Vocês sabotaram o potencial dela para se tornar um ser autêntico. Vocês a envenenaram.

Vocês destruíram a própria possibilidade da inteligência dela, porque a inteligência surge apenas quando surge a vontade de aprender. Agora, a vontade nunca surge, porque, antes que a pergunta tomasse forma em sua alma, a resposta já havia sido dada.

Antes que ela tivesse fome, o alimento entrou forçado dentro do seu ser. Agora, sem fome, esse alimento forçado não pode ser digerido; não há fome para digeri-lo. É por isso que as pessoas vivem como canos através dos quais a vida passa como um alimento não-digerido.

Osho, em "Intimidade - Como Confiar em Si Mesmo e nos Outros"

terça-feira, 14 de julho de 2009

Necessidades e desejos



Os desejos são muitos, as necessidades são poucas. As necessidades podem ser satisfeitas; os desejos, nunca. Desejo é uma necessidade que enlouqueceu. É impossível satisfazê-lo. Quanto mais você tentar satisfazê-lo, mais ele pedirá.

Conta uma história sufi que, quando Alexandre morreu e chegou ao paraíso, ele estava carregando todo o seu peso: todo o seu reinado, ouro, diamantes - é claro que não em realidade, mas como uma idéia.

Ele estava demasiadamente oprimido pelo fato de ser Alexandre. O guardião do portal do paraíso começou a rir e perguntou: "Por que você está carregando tanto fardo?"

Alexandre retrucou: "Que fardo?". Então o guardião lhe deu uma balança, em um dos seus pratos colocou um olho e pediu a Alexandre para colocar no outro prato todo o seu peso, sua grandeza, seus tesouros e o reinado.

Mas aquele olho ainda permaneceu mais pesado que todo o reino de Alexandre. O guardião disse: "Esse é um olho humano. Ele representa o desejo humano e não pode ser satisfeito, não importa quão grande seja o seu reino e quão intensos sejam os seus esforços."

Depois, o guardião jogou um pouco de poeira no olho, que imediatamente piscou e perdeu todo o seu peso.

Uma pequena poeira de entendimento precisa ser jogada no olho do desejo. O desejo desaparece e permanece somente a necessidade, que não é pesada. As necessidades são muito poucas e são belas. Os desejos são feios e transformam os seres humanos em monstros; eles criam loucos.

Assim que você começar a aprender a escolher a serenidade, um pequeno quarto será suficiente, uma pequena quantidade de comida será suficiente, poucas roupas serão suficientes, uma pessoa amada será suficiente.

Osho, em "Osho Todos os Dias"
Imagem por hisks

O CASAMENTO PERFEITO









"É interessante observarmos que em nosso mundo moderno estamos vivendo aquilo que não somos. Pessoas se encontram em uma festa querendo parecer boas, fortes, perfeitas, lindas, de sucesso, performáticos sexuais, inteligentes, maravilhosos. O fato é que não gostamos de muito do que somos, e escondemos isso atrás de uma aparência perfeita (máscara) que então exibimos aos outros. Como todos fazem isso, a relação que se forma é entre máscaras e não entre pessoas reais. A pessoa real está sufocada atrás da máscara porque não aceita o que ela realmente é. A não aceitação do lado imperfeito da personalidade gera um jogo de esconde-esconde que acaba por aleijar a nossa totalidade, e ocasionar uma distorção no que realmente Somos. Quando um determinado homem e mulher se casam, descobrem que aquele parceiro que escolheram não é aquela pessoa que imaginavam. Então se frustram e não entendem como o parceiro mudou tanto. Ninguém mudou. A verdade apareceu. A verdade aparece inapelavelmente.

Este é o destino de não sermos verdadeiros e não sabermos nos situar em Quem na Verdade Somos. Se você sabe que você não é a personalidade, que investimento terá em esconder algo? Se você aprender a enraizar-se na Presença, os pensamentos sobre você mesmo não serão apenas pensamentos, energia que a vida atrai para este corpo. Você mesmo é sempre perfeito. Perfeito é o que o outro também é.
O casamento perfeito começa dentro de você. Se você casou antes com você mesmo, então tudo estará bem. O CASAMENTO PERFEITO TEM MAIS A VER COM VOCÊ DO QUE COM O OUTRO. Tenha consciência disso."
SWAMI SAMBODH NASEEB

terça-feira, 7 de julho de 2009

Morrer ou viver?


A intençao de escrever aqui uma pequena reflexao sobre a morte me foi inspirada pelos momentos atuais onde acumulam-se assuntos e eventos ligados à esse tema, como os acidentes de aviao recentes e a morte de Michael Jackson.

Todos sabemos que é um assunto que sempre atraiu a atençao dos homens sendo a maior causa de medo nas pessoas, os medos mais profundos e mais ancetrais. Vendo toda a multidao comentando, impressionados com a morte, temos a impressao que as pessoas pensam que isso é algo que nao acontecera com elas, mas com os outros, os que nao tiveram muita sorte para escapar dela. O que é compreenssivel pois temos tendencia à esconder os nossos medos, à nao enfrenta-los, à tentar acreditar que isso nao è envisajavel, por mais que a razao saiba que é a nossa realidade.

E as pessoas estao vivas e querem saber se existe vida apos a morte, e que tal perguntar se existe vida apos o nascimento ? Inverter a pergunta muda tudo, e refletir profundamente sobre essa pergunta pode mudar a nossa vida.

A morte é muito triste, mas mais triste ainda é morrer sem nunca ter vivido. Sem nunca ter aprendido a desfrutar a vida em toda a sua plenitude, em toda a sua beleza e toda a sua imensidao. Aprender a amar-se e a ser doce consigo mesmo. Se voce se pergunta mas como fazer isso, voce ja deu o primeiro passo. Procure, investigue. Conheça a realidade à partir da observaçao e da atençao. Tome conciencia sozinho do seu ser, de quem voce é.

Conhecer-se intimamente, sem julgamentos e sem as etiquetas que a sociedade nos da, sem reprimir o que é ruim e destacar o que é bom. Observar a nossa propria historia, a forma da construçao da nossa personalidade, de nossos medos e angustias. Para dar lugar ao seu potencial criativo, à beleza unica e exclusiva de seu ser e conhecer a verdadeira felicidade .

Isso significa sair da escuridao em que estamos imergidos, através da sua propria chama, intriseca ao seu ser.

Acredite, se voce mesmo nao acender essa chama, ninguém vai faze-lo, todos querem impedi-lo, incluindo a sociedade e a igreja. E à partir dai … nascer, « re-nascer », ressuscitar (a menssagem de Jesus ?), VIVER, com V maiusculo, e nao o caminhar para o fim, mas fazer de cada minuto um novo re-começo.

"Nos somos como nozes, nos devemos ser quebrados para sermos descobertos." Khlil Gibran


Cristina